OS CEGOS
E O ELEFANTE EM POESIA
O poeta norte-americano
John Godfrey Saxe (1816-1887) ficou conhecido por recontar a fábula em
poesia.
Seis homens sábios do Industão,
Uma terra bem distante,
Ouviram, atentos, os boatos
Sobre um animal gigante
E apesar de serem cegos
Foram ver o
elefante.
O primeiro passou as mãos
Sobre a barriga dura e falha,
E explicou bem confiante:
“Minha análise não falha:
Esse tal de elefante
Mais parece uma muralha!”
O segundo tocou as presas
E proclamou com confiança:
“Este tal de elefante
Não é brincadeira para criança
Tão pontudo e afiado
Mais parece uma lança!”
O terceiro chegou à tromba
Elogiando a bela obra:
“…tão comprido, e gelado,
Vejam só, ele até dobra!
O flexível elefante
Mais parece uma cobra!”
O quarto sentiu a pata
E teve logo a recompensa
Percebendo as semelhanças
Anunciou com indiferença:
“Este animal mais se parece
Com uma
árvore imensa!”
O quinto
tocou as orelhas
E sugeriu, conservador:
“Mas que belo utensílio
Nestas tardes
de calor,
Este tal de elefante,
Mais parece um abanador!”
O sexto subiu
às costas
Despencando na outra borda
E pendurado ao rabo, disse:
“Não sei se alguém discorda,
Mas para mim esse animal
Mais se parece com uma corda!”
E então os
sábios homens
Discutiram inconformados
Cada um com seu discurso
Sem ouvir os outros lados
Pois estavam certos, em partes.
Mas completamente errados!
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